Um adulto que não come comidas variadas, evita frutas e legumes e só quer comer frituras e doces? Esse tipo de comportamento caracteriza o que costumamos chamar de paladar infantil, ou seja, um adulto que prefere comidas sem muitos ingredientes nutritivos.
Se você tem paladar infantil ou conhece alguém que tem, vem com a gente: hoje você vai descobrir que ele pode ser melhorado com algumas dicas.
Também vamos apresentar o Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo (Tare), que é quando este comportamento passa a ser preocupante.
O paladar infantil caracteriza-se por um comportamento em que uma pessoa adulta rejeita um grupo de alimentos e prefere continuar se alimentando de pratos sem ingredientes nutritivos.
Na alimentação de adultos com o chamado paladar infantil, o consumo de salgadinhos, sorvetes, macarrão instantâneo e fast-food se torna frequente enquanto um prato saudável de comida com cereais, grãos, legumes, frutas e salada vira raridade.
O grande problema é que essa rejeição provoca perdas na variedade alimentar, já que a pessoa acaba não ingerindo alimentos com nutrientes importantes para a saúde.
Com o tempo e dependendo do grau de rejeição e do que a pessoa consome no dia a dia, esse hábito pode até levar a casos de anemia, aumentos de colesterol e triglicérides e insuficiência nutricional e energética.
Mas vale lembrar que maus hábitos são diferentes de um transtorno alimentar. É sempre bom procurar orientação médica para avaliação do seu caso e uma reeducação alimentar ou outros tratamentos!
9 dicas para fugir do paladar infantil e variar o cardápio
Se você quer mudar hábitos – ou quer ajudar um(a) amigo(a) – essas dicas podem auxiliar a se livrar do paladar infantil aos poucos!
- Misture novos ingredientes com aqueles que você já gosta
- Insista mesmo se, num primeiro momento, não gostar tanto de um alimento. Prepare-o de uma nova forma e tente mais uma vez
- Crie metas para você mesmo. Um exemplo é tentar experimentar uma nova fruta a cada semana
- Pesquise os benefícios de cada alimento. Saber como aquilo pode te fazer bem talvez te motive a experimentar
- Comece devagar. Não precisa tentar uma refeição inteiramente nova, que tal só um legume por vez?
- Escolha sabores mais populares e suaves no começo. É mais comum as pessoas preferirem o sabor da laranja do que o do caqui, por exemplo (mas vale as duas tentativas, claro!)
- Diferencie formatos e apresentações. Talvez você não goste de abóbora em pedaços, mas um purê, sim. Ou não goste do sabor da cenoura cozida, mas aceite-a crua em um sanduíche. Teste!
- Envolva-se desde a compra dos alimentos até o preparo. Fazer a comida e ver o que foi feito em cada etapa pode ser um estímulo para provar
- Se necessário, busque ajuda médica
Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo: o que é e quando se preocupar?
Como falamos, o paladar infantil é um mau hábito alimentar, mas a situação pode ser mais grave se a pessoa tiver, de fato, um transtorno.
O Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo (Tare) é definido pela Sociedade Brasileira de Neuropsicologia (SBNp) como uma recusa ou restrição alimentar que pode ocasionar insuficiência nutricional e, consequentemente, levar a problemas como peso inadequado, dependência de suplementação, alterações no funcionamento psicossocial e outros.
O Tare é mais comum na infância, mas pode acontecer em todas as idades. Ele também pode estar associado ao autismo, mas isso não é uma regra.
E o diagnóstico?
Ele se manifesta de formas diferentes em cada indivíduo e, por isso, pode ser difícil separar a má alimentação do transtorno, retardando o diagnóstico. Mas um forte sinal do Tare é quando a pessoa deixa de comer grupos inteiros de alimentos – frutas, por exemplo.
Outro sintoma comum é a recusa de certos alimentos pela cor, textura, temperatura e odor. E pode até haver um medo em experimentar alimentos novos (o que chamamos neofobia alimentar).
Vale destacar que, para ser considerada Tare, essa recusa não deve estar relacionada a práticas culturais ou religiosas e, sim, a uma dificuldade significativa de ingerir alimentos.
O indicado, então, é: se você tem dificuldade em comer certos alimentos, procure seu médico e explique a situação. Ele será capaz de identificar a causa, e também tratar possíveis consequências na saúde física, mental e social.
Fonte: Central Unimed