Existem inúmeros boatos em torno do diabetes e a maioria deles começa com “diabéticos não podem comer isso ou não podem comer aquilo”. Porém, essa premissa já caiu por terra há muitos anos e hoje é consenso entre os especialistas de que a alimentação desses pacientes deve ser saudável e equilibrada como a de qualquer pessoa.
“Quem tem diabetes não precisa se privar de comer nada, desde que esteja com a glicemia controlada e tenha moderação. Aqueles que fazem contagem de carboidratos podem até saborear um docinho, por exemplo, e aplicar a insulina para corrigir”, afirma a nutricionista clínica Deise Santiago, que, além da formação profissional, possui 17 anos de experiência própria com o diabetes tipo 1.
Deise explica que alguns alimentos levam a fama de vilões por pura falta de informação. No imaginário popular, existe o MITO de que alimentos que nascem debaixo da terra não podem ser consumidos por pessoas com diabetes porque possuem muito carboidrato e fazem a taxa de glicose ir nas alturas. Há alimentos, como a batata, que requer um cuidado maior mesmo.
Já a beterraba e a batata-doce, considerados por muitos uma verdadeira bomba de açúcar, não estão proibidos no cardápio. Apesar do sabor adocicado, elas não causam pico de glicemia se ingeridas em porções pequenas e dentro de um plano alimentar equilibrado. Além disso, possuem muitos nutrientes que proporcionam maravilhas para a saúde.
“O segredo está na composição do prato. Batata, mandioca, mandioquinha e inhame são ricos em carboidratos, mas podem ser consumidos em pequenas quantidades, substituindo o arroz e o macarrão”, explica a nutricionista Deise. O “problema” do carboidrato é que 100% dele se transforma em glicose no organismo de 15 minutos a 2 horas após a ingestão. Por isso, é preciso ficar de olho na quantidade de CHO de cada porção.
Apesar de conter açúcar em sua composição, a beterraba não é vilã dos diabéticos, pelo contrário. Possui vitaminas, minerais e fibras, que retardam a absorção do nutriente pelo organismo, beneficiando o controle glicêmico pós refeição. A quantidade ideal deve ser individualizada.
Vale destacar que ela é encontrada em duas versões: branca e vermelha. Da primeira, mais comum na Europa, extrai-se o açúcar. Já a vermelha é mais utilizada na alimentação, tanto na forma crua quanto cozida, ou como parte integrante de preparações, como suflês, bolos, pães, sopas ou sucos.
Fonte: Momento Diabetes