O ChatGPT ganhou a atenção de políticos, empresários e trabalhadores no mundo inteiro. Entre pontos positivos e negativos da plataforma, um deles que pode ajudar as pessoas é o uso da ferramenta para a gestão financeira pessoal.
Bruno Loiola, cofundador e CGO da
Pluggy, se considera um entusiasta desse assunto. Para ele, “não é uma realidade
distante” o uso do ChatGPT como principal auxílio no planejamento financeiro
pessoal.
“Acho que vão surgir soluções
como o ChatGPT. Na verdade, ele nada mais é que uma inteligência artificial que
foi criada para ser conversacional que usa dados públicos. Mas já existem
iniciativas muito legais para o uso da inteligência artificial para melhorar o
bem-estar financeiro das pessoas”, afirma.
O fato é que já é possível passar
informações orçamentárias para o ChatGPT e perguntar se há dinheiro para sair
para um jantar, por exemplo.
A própria ferramenta, porém,
alega que, “sim, eu posso ajudá-lo com informações e conselhos relacionados a
finanças pessoais. No entanto, vale ressaltar que, como modelo de linguagem,
não sou capaz de substituir um assessor financeiro profissional e
especializado”.
Contudo, Loiola reitera que isso pode mudar em breve. Ele afirma, inclusive, que já tem clientes que buscam alternativas desse gênero e que o mercado já adotou a IA (inteligência artificial) em certas empresas.
“Imagino que a partir do ano que vem, 2024, já vão existir novidades muito legais, tá? A gente tem clientes já estudando isso. Eu tenho discutido com eles a respeito de soluções para fazer isso aí, principalmente na parte de recomendações financeiras. Não recomendações de investimento, mas realmente mudança de hábito, de você conseguir enviar mensagem de alerta para as pessoas ou de incentivo para as pessoas com relação às despesas financeiras.”
Rogério Araújo tem visão
semelhante, embora um pouco mais reticente. Ele é educador financeiro e líder
educacional na Empiricus Investimentos: “[O uso da ferramenta nas finanças] é
uma realidade um pouco distante. Um pouco, não muito, não”.
Para ele, a ferramenta ainda não
pode exercer essa função, já que pessoas do mercado e consumidores “ainda não
estão preparados”. Mas isso deve mudar “ainda neste ano”.
“O ChatGPT aprende muito mais
rápido que o ser humano. Então, para a gente ter um planejador financeiro de
investimento, sendo robotizado… A chance é muito grande de isso acontecer. Eu
acho que até o fim do ano de 2023 é capaz de ter alguma coisa nesse sentido”,
diz Araújo.
De acordo com Loiola, o ChatGPT
seria aliado ao Open Finance. Este, um sistema do Banco Central que compartilha
os dados das pessoas entre os bancos para “promover a concorrência e melhorar a
oferta de produtos e serviços financeiros” do consumidor, segundo a autoridade
monetária.
“Acredito que o ChatGPT pode
ajudar ao lado de outra inovação financeira importante: o Open Finance. Imagine
conectar suas contas de diferentes instituições financeiras ao ChatGPT, podendo
contar com um assistente financeiro pessoal, gerenciando seu orçamento mensal,
oferecendo conselhos importantes para ajustes em seus gastos de modo a
economizar, otimizando metas financeiras, analisando seus investimentos e até
gerando relatórios financeiros detalhados”, diz Bruno Loiola, em artigo.
Ambos ressaltam que a IA já é
usada nos serviços financeiros nos chats de atendimento ao cliente. Um exemplo
é a BIA, do Bradesco. No entanto, vale lembrar que o robô é usado apenas no
atendimento ao cliente, mas não com dicas nem nada parecido.
A inteligência artificial do
Bradesco existe desde 2016. Segundo Loiola, “em 2020 ela realizou mais de 178
milhões de atendimentos durante o ano”. Ainda, “fez 70% dos atendimentos
realizados pelo banco em canais digitais”.
Nesse sentido, Araújo diz que as
instituições bancárias já pensam em colocar a IA como “consultora de
investimentos”. Segundo ele, isso está sendo “utilizado e testado” pelo
mercado.
Fonte: R7