sexta-feira, 21 de julho de 2023

Suíça aprova lei de proteção do clima para reduzir drasticamente dependência de combustíveis fósseis.

Em meio ao derretimento dramático das suas geleiras pelo aquecimento global, a Suíça aprovou um pacote para combater a crise climática incentivando fontes de energia limpa. A população foi às urnas e 59% votou a favor da Lei Federal de Metas de Proteção do Clima -- um projeto de cobrança de impostos proposto em 2021 para reduzir a dependência de combustíveis fósseis e que na época havia sido rejeitado. Além de propor a redução da importação de petróleo e gás pelo país, a nova norma incentiva o desenvolvimento de alternativas mais ecológicas e de produção própria.

Para isso, a medida propõe um apoio financeiro de 2 bilhões de francos suíços (US$ 2,2 bilhões ou R$ 10,6 bilhões na cotação atual) ao longo de uma década para promover a substituição da calefação movida a gás ou petróleo por alternativas sustentáveis e também ajuda na adoção de inovações verdes nas empresas.

Quase todos os grandes partidos suecos apoiaram a lei, com exceção do Partido do Povo Suíço (UDC), de direita, que argumentou que isso poderia prejudicar a economia do país. Atualmente, a Suíça importa cerca de 3/4 de sua energia, incluindo todo o petróleo e gás natural. Segundo o partido, a neutralidade do carbono até 2050 implicaria a proibição dos combustíveis fósseis, o que colocaria em risco o acesso à eletricidade, assim como aumentaria seu preço. O líder do UDC, Marco Chiesa, chamou o projeto de "utópico".

Já os defensores dizem que a legislação era necessária para garantir a segurança energética e combater as mudanças do clima. Em um primeiro momento, os ativistas pressionaram pela proibição total do consumo dos combustíveis poluentes, mas o governo produziu uma contraproposta e "amenizou" a lei original.

Em 2021, o UDC chegou a ter força para barrar o projeto, mas pesquisas recentes mostram que os suecos apresentaram forte apoio à neutralidade de carbono.


Fonte: Um Só Planeta.