Na última segunda-feira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fez história ao dar sinal verde para o Mounjaro, desenvolvido pela gigante farmacêutica Eli Lilly, como uma inovação promissora no tratamento do diabetes tipo 2. Este medicamento, cujo princípio ativo é a tirzepatida, já havia obtido aprovação nos Estados Unidos e na Europa, mas agora está disponível para os brasileiros que buscam controlar essa condição de saúde.
O que torna o Mounjaro tão notável é sua eficácia impressionante, que se assemelha notavelmente à do Ozempic, fabricado pela Novo Nordisk, uma referência no tratamento do diabetes. Pesquisas detalhadas embasaram a autorização da Anvisa, revelando que o Mounjaro supera seu concorrente em termos de controle da glicose no sangue e, surpreendentemente, na promoção da perda de peso.
Mas como a tirzepatida funciona?
Essa substância opera imitando as funções de dois hormônios intestinais
cruciais, o GLP-1 e o GIP, também conhecidos como “incretinas”. Esses hormônios
desempenham um papel fundamental na conexão entre a ingestão de nutrientes e a
regulação da insulina no corpo.
Simplificando, o GLP-1 é um
hormônio que o intestino produz durante a digestão, desacelerando o processo
digestivo e proporcionando uma sensação de saciedade quando os níveis de
glicose estão altos. Por outro lado, o GIP é um hormônio peptídeo que estimula
as células beta no pâncreas a produzirem mais insulina, regulando assim os
níveis de glicose no sangue.
O Mounjaro, como um coagonista
que interage com vários receptores hormonais, tem a capacidade de reduzir o
apetite por meio de neurotransmissores, sem prejudicar o sistema
cardiovascular, pelo contrário, protegendo-o. Isso é particularmente relevante,
já que tanto a obesidade quanto o diabetes aumentam o risco de doenças
cardiovasculares.
Embora os efeitos colaterais
sejam geralmente brandos, é essencial lembrar que qualquer medicamento desse
porte deve ser administrado sob acompanhamento médico e fazer parte de um
tratamento abrangente para condições crônicas, como a obesidade. Transformações
notáveis no controle do peso podem ser alcançadas, com potencial para eliminar
até 23% do peso corporal, algo semelhante ao resultado de uma cirurgia
bariátrica. No entanto, mudanças no estilo de vida e acompanhamento de longo
prazo são fundamentais nessa jornada.
O Mounjaro da Eli Lilly promete
trazer esperança e mudar a vida de muitos brasileiros que enfrentam o desafio
do diabetes tipo 2 e outras condições relacionadas à saúde. Com a Anvisa
aprovando essa inovação, o futuro parece mais brilhante para aqueles que buscam
uma abordagem eficaz e menos invasiva para esses problemas de saúde crônicos.
Fonte: Jornal de Brasília.