Um animal de estimação perdido é certeza de grande angústia para seu tutor. Segundo uma estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS), há mais de 30 milhões de cães e gatos perdidos ou em situação de abandono no Brasil. Para os casos em que o bichinho tem dono, a tecnologia tem se tornado uma aliada cada vez mais eficiente nas buscas. A identificação inteligente é um dos recursos mais novos no mercado, e consiste num aplicativo móvel que pode ser acoplado na coleira do animal, fornecendo rastreamento, localização, e uma série de dados para facilitar a recuperação.
As limitações dos meios
tradicionais de identificação levaram o empresário e “pai de pet” Pedro
Vasconcelos a pensar em possibilidades mais dinâmicas e eficazes de garantir a
segurança dos bichinhos. “As plaquinhas têm suas deficiências. Uma vez que as informações
são gravadas, elas permanecem estáticas, sem a capacidade de atualização. Se a
pessoa mudar de telefone ou endereço, pode não ter tempo de atualizar tudo de
novo”, diz.
Outra questão, é que as velhas plaquinhas não podem ser rastreadas. “Elas oferecem apenas uma forma passiva de identificação, dependendo de uma pessoa bem intencionada encontrar o animal perdido e ler as informações no objeto”, diz o empresário. Para ele, em um mundo cada mais conectado pela tecnologia, esse recurso precisava de um “upgrade”.
Quando a tag é escaneada, o tutor
recebe uma notificação com a localização exata do animal. “Isso não apenas
aumenta as chances de encontrar o animal de estimação perdido, mas também
oferece uma alternativa mais acessível aos dispositivos de rastreamento GPS,
como o AirTag da Apple”, ressaltou Pedro.
Segundo ele, uma das principais
vantagens da tag moderna é a capacidade de atualizar as informações diretamente
por meio de um aplicativo móvel. Isso significa que, se houver uma mudança no
número de telefone, endereço ou qualquer outra informação relevante, o tutor
pode fazer as atualizações imediatamente, sem a necessidade de adquirir uma
nova plaquinha.
A pessoa que escaneia a tag do
animal perdido pode acessar perfils do Instagram, abrir uma conversa no
Whatsapp com o tutor do pet, e até mesmo ligar diretamente para ele. “Sou
notificado pelo aplicativo que a tag foi escaneada, então quando eu clico nela,
vejo a última vez em que ela foi escaneada, e isso me dá o acesso à
localização. Esse processo traz muito mais dinamismo e aumenta a probabilidade
do seu animal retornar pra casa”, diz.
O empresário ressalta que a ‘pet
tag’ também oferece suas vantagens em relação a outro recurso tecnológico de
procura animal, que é a microchipagem. Segundo ele, a tag na coleira é muito
mais prática e acessível.
Os microchips são implantados por baixo da pele do animal, e exigem uma ferramenta específica para leitura dos dados. “Nem todos os pet shops ou clínicas possuem essa ferramenta, tornando a microchipagem menos eficiente na prática. Além disso, a esse recurso tende a ser mais caro do que a aquisição de uma plaquinha de identificação inteligente”, completa.
Pedro não acha que os avanços
tecnológicos devam dispensar as outras formas de procurar um animal perdido,
mas é fato que a internet tem ajudado bastante a melhorar esse cenário. “A
gente tem visto atualmente uma mudança nos papéis: aparece muito mais campanha
de ‘encontramos animais, alguém sabe quem é o tutor?’, do que o tutor à
procura. Muitos animais estão fugindo de casa, e é algo que precisamos mudar na
nossa cultura”, diz.
A PetLog, empresa de Pedro
Vasconcelos, já tinha dado sua contribuição para as novas formas de
identificação animal em Natal, ao criar uma rede social especialmente para os
tutores de pets, desde agosto de 2022. A plataforma permite o compartilhamento
de momentos do dia-a-dia dos bichinhos e a combinação de pontos de encontro
para socialização. O aplicativo permite a maior integração dos animais em
atividades sociais.
A tag de identificação, apesar de
ser bastante procurada por quem tem cachorro, também serve muito bem para os
felinos. Aliás, Pedro recomenda especialmente para eles. “Cachorros perdidos,
por incrível que pareça, têm muito mais visibilidade. Já os gatos, mesmo que
tenham coleira, podem ser facilmente ignorados pelas pessoas. A tag, na
verdade, serve pra qualquer tipo de animal doméstico”, ressalta. Os
interessados podem comprar a tag no site da PetLog, e cadastrar o pet no
aplicativo.
Perdidos e achados
Há seis anos, a bombeira civil
Iasmin Teixeira perdeu seu labrador golden retriever na praia. Nunca mais o
achou. “Ele era um bichinho dócil. E mesmo tendo informações na coleira, não me
devolveram. Naquela época tudo era ainda muito no boca a boca, e eu não pude
procurá-lo melhor”, conta. Por isso, ela aderiu com entusiasmo à tag
inteligente. Hoje ela tem uma chow-chow, uma bulldog e uma pincher, todas com
suas respectivas identificações on-line.
Segundo ela, o que achou mais
interessante na nova tecnologia é a facilidade de conseguir encontrar o animal
a partir das informações que ela oferece. “Nas plaquinhas normais, só tem o
nome e o telefone do tutor. A maioria das pessoas não liga. Mas agora, com
essas conexões eletrônicas, há muito mais recursos. O QR code me dá a
localização do animal. O mundo se atualiza com a tecnologia e meio pet também
precisa estar nisso”, diz.
O empresário Cláudio Paulo, tutor
de Kali, uma husky de dois anos e meio, adotou a tag inteligente há seis meses.
“Já tive outros cachorros que fugiram, e qualquer tutor sempre fica com receio
de acontecer de novo. Esse recurso me permite saber onde o bichinho está. A
sensação de segurança é muito boa”, conclui.
Fonte: Tribuna do Norte