sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Com mudança climática, cientistas consideram criar categoria 6 para furacões.

Há mais de 50 anos, a escala de furacões de Saffir-Simpson é a medida usada para classificar os furacões em cinco categorias com base na intensidade dos ventos. No entanto, com o aumento das temperaturas do oceano e seus efeitos sobre esses fenômenos, cientistas questionam se somente as categorias existentes são suficientes para comunicar os riscos associados às tempestades.

"Nossa motivação é reconsiderar como o caráter aberto da Escala Saffir-Simpson pode levar à subestimação do risco e, em particular, como essa subestimação se torna cada vez mais problemática em um mundo em aquecimento", disse o cientista Michael Wehner do Laboratório Nacional de Lawrence Berkeley, nos Estados Unidos, em comunicado.

Ao analisar uma série de dados de furacões de 1980 a 2021, a equipe encontrou cinco tempestades que poderiam ser classificadas como categoria 6, quando os ventos superam 309 quilômetros por hora. Todas elas aconteceram nos últimos 9 anos do período analisado.

Também foram estudadas simulações para entender o impacto do aquecimento climático na intensidade dos furacões. Com 2 graus Celsius de aquecimento acima dos níveis pré-industriais, o risco de tempestades da categoria 6 aumenta em até 50% perto das Filipinas e dobra no Golfo do México, locais que apresentam o maior risco dessas tempestades ao lado do Sudeste Asiático.

No Atlântico Norte e no Oceano Pacífico Nordeste, as tempestades são chamadas de furacões, ao passo que no Oceano Pacífico Noroeste são tufões e no Pacífico Sul e Oceano Índico, ciclones tropicais.

"Nossos resultados não têm o objetivo de propor mudanças nessa escala, mas sim de conscientizar as pessoas de que o risco de vento das tempestades atualmente designadas como categoria 5 aumentou e continuará a aumentar com as mudanças climáticas", afirmou James Kossin, cientista da First Street Foundation.

Saber os riscos associados a furacões é importante para comunicar a população a respeito de tempestades e inundações, fenômenos para os quais Kossin afirma que uma escala baseada no vento tem uma importância apenas superficial. "Embora a adição de uma sexta categoria à Escala de Vento de Furacões Saffir-Simpson não resolva esse problema, ela poderia aumentar a conscientização sobre os perigos do aumento do risco de grandes furacões devido ao aquecimento global", concluiu Kossin.


Fonte: Galileu.