Quando foi a última vez que você ficou um dia inteiro sem usar o celular, o tablet ou o computador? Muita gente não sabe nem como responder a essa pergunta - afinal, essas tecnologias já estão tão presentes na vida da maioria das pessoas que é difícil até ficar algumas horas sem elas.
O smartphone, um dos dispositivos mais usados atualmente, facilita a vida das pessoas de diversas maneiras. Se comunicar com amigos e familiares, buscar por notícias importantes sobre o Brasil e o mundo, conferir informações na internet, tirar fotos, resolver algumas questões no aplicativo do banco… tudo pode ser feito por meio dele.
Entretanto, esse fluxo incessante de informações e notificações, ao mesmo tempo que otimiza o tempo e agiliza a vida social e profissional, também pode levar à sobrecarga cognitiva, dificultando a capacidade de se concentrar em tarefas importantes. É o que explica a médica psiquiatra Dra. Jéssica Martani, especialista em comportamento humano e saúde mental, sobre a ligação da tecnologia com o bem-estar:
"Essa mesma conectividade e
facilidade está gerando preocupações significativas sobre o impacto negativo na
saúde mental e na capacidade de foco e ainda está associado a um aumento nos
níveis de ansiedade e depressão", alerta a médica.
Os malefícios das redes sociais
A dependência das redes sociais,
problema que tem afetado muitas pessoas, traz um estado de alerta contínuo,
dificultando o relaxamento e aumentando o estresse. Aliás, muitas pessoas
acabam até tendo dificuldade para dormir por conta disso.
"Em primeiro lugar, a
exposição à luz azul emitida pelas telas dos celulares pode interferir no ciclo
natural do sono, reduzindo a produção de melatonina. Ou seja, o hormônio
responsável pelo sono. O hábito de usar o celular antes de dormir ainda pode
resultar em insônia e qualidade de sono reduzida. Isso vai afetando
negativamente a saúde mental e a capacidade de foco durante o dia", diz.
Outra questão é que a tecnologia,
que tem um grande potencial para unir pessoas, ainda mais com as redes sociais,
acaba as separando quando seu uso se torna excessivo. E isso também é
prejudicial para a saúde mental.
Dicas para driblar o problema
Alguns defendem que o melhor
mesmo seria não usar as redes sociais e diminuir muito a utilização do
smartphone. Todavia, se fugir completamente da conexão for impossível, há
outras estratégias que podem ajudar a diminuir os malefícios da tecnologia para
a saúde mental.
A Dra. Jéssica recomenda, por
exemplo, definir horários específicos para o uso de dispositivos móveis,
limitar o tempo gasto em redes sociais, priorizar atividades presenciais e
fazer pausas regulares durante o trabalho para reduzir a fadiga mental. Essas
medidas são essenciais para minimizar os impactos emocionais e mentais e ainda
ajudam a melhorar a concentração.
Fonte: Terra.