A World, projeto cocriado por Sam Altman, CEO da OpenAI, chega em território nacional com a proposta de escanear a íris da população brasileira.
O projeto tem como objetivo
auxiliar na distinção entre humanos e robôs criados por inteligência artificial
(IA). Entre os potenciais usos da inovação está a prevenção de perfis falsos em
sites e redes sociais, por exemplo.
Ele também pode substituir o Captcha, uma ferramenta de segurança usada por vários sites para certificar que quem está acessando é um humano e não um robô.
A World afirma que, hoje, uma inteligência artificial já é capaz de enganar essa checagem.Por enquanto, não há custo para
quem optar pelo registro, e a pessoa pode receber 25 tokens da Worldcoin, uma
moeda digital semelhante ao Bitcoin. Na conversão para o real, esse valor
equivale a aproximadamente R$ 330.
No segundo semestre do ano
passado, a Word chegou a disponibilizar três locais de atendimento em São
Paulo. Naquele período, a empresa disse que a operação era apenas um teste e
que os "serviços não tinham a previsão de serem permanentes no
momento".
A World já opera outras regiões:
Estados Unidos, México, Espanha, Portugal, Alemanha e Japão são alguns dos
países em que ela trabalha.
Durante o período de testes,
antes da estreia oficial, a companhia afirmou já ter coletado a íris de mais de
2.700 brasileiros.
Coleta da íris no Brasil começa
hoje
Agora, a empresa começa a coletar
as íris de brasileiros interessados em dez pontos da cidade de São Paulo. A
World afirma que os endereços podem ser verificados em seu site oficial.
A companhia não detalhou como são
e quais são esses locais de coleta, mas disse que eles estarão espalhados em
alguns shoppings da cidade. O registro é gratuito para todo os interessados,
segundo a World.
Ainda não há prazo para ampliar
para outras regiões do Brasil.
Além de Altman, o empresário Alex
Blania também participa da iniciativa. Ambos são fundadores da Tools for
Humanity, empresa responsável pela operação da World.
Apesar de não precisar manter
imagens da íris de usuários, a World vem sendo criticada pela falta de detalhes
sobre como vai tratar outras informações que coleta. Isso porque a sequência
numérica gerada a partir da foto funciona como um dado biométrico, que é
considerado sensível.
"Mesmo que a imagem do teu
olho tenha ido embora, o identificador único permanece. Existe uma intenção de
reutilizar esse sistema e ganhar dinheiro em cima dele fazendo
autenticações", afirmou Rafael Zanatta, diretor do Data Privacy Brasil, em
entrevista ao g1 em agosto de 2023 sobre o negócio.
A World levanta questões sobre
até que ponto uma organização independente pode coletar qualquer tipo de código
genético de pessoas, analisou Nina da Hora, do Instituto da Hora, também no ano
passado.
Fonte: G1